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domingo, 8 de fevereiro de 2009

ღEntrevista com Alanis Morissette


ღEntrevista com Alanis Morissette.

Cantora canadense Alanis Morissette fala de sua atual fase profissional e da turnê que passará por 1o capitais brasileiras,
A julgar pelos títulos de seus álbuns, Alanis Morissette começou como uma pilulazinha difícil de engolir e, 14 anos depois, experimenta os sabores de uma relação a qual não quer completamente, mas está envolvida por razões que não consegue compreender.

A maturidade da cantora que estourou mundialmente aos 20 anos e abriu portas para outras jovens vozes femininas faz com que hoje ela almeje escrever um livro, trabalhar mais como atriz, ter uma família com filhos e viajar muito.

Em entrevista coletiva concedida por telefone a nove jornalistas de diversas capitais brasileiras, chamou a atenção a simpatia, paciência e as risadas espontâneas da canadense. Acompanhe os principais trechos da entrevista de Alanis, que começou a turnê brasileira , em Manaus (AM), e faz show em 1o capitais brasileiras entre elas :
Florianópolis.
Rio de Janeiro
Belo Horizonte
São Paulo

Diário Catarinense – Como vai ser seu show?

Alanis – Minha intenção é cantar as músicas dos últimos 14 anos. Vinte por cento vai ser do último disco, umas quatro ou cinco músicas, e o resto são aquelas com que o público estará mais familiarizado e poderá cantar junto, desde 1995 até 2009.

DC – Algumas faixas do seu novo álbum já estavam na internet antes do lançamento. Qual a importância da internet para o seu trabalho?

Alanis Morissette – Tenho uma relação direta com o público que vem aos meus shows, sou capaz de atualizar meu site a qualquer momento, quando tenho algo que quero compartilhar ou recomendar. É uma proximidade maior com o público.

DC – Você é conhecida como uma compositora confessional, que expressa seus sentimentos sem voltar atrás. Você alguma vez se arrependeu de algo que tenha escrito por ter sido confessional demais? Quanto isso mudou com a maturidade?

Alanis – Nunca, nenhum arrependimento (risos). Com a idade, apenas tornou-se mais fácil para mim ser mais transparente. Penso que ainda respeito a privacidade de outros, assim como a minha própria. Transparência é um dos meus maiores valores, então ficou mais fácil para mim.

DC – Há rumores de que você está escrevendo sua autobiografia, é verdade?

Alanis – Na verdade, eu não chamo de autobiografia porque não poderia contar muito da minha história. Você nem imagina pelas minhas músicas (risos), mas é um livro, cheio de perguntas e respostas, com fotos, bastidores, e será escrito este ano. Não sei se será publicado este ano, isso nós descobriremos.

DC – Você já trabalhou como atriz e está escalada para um outro filme. Fale um pouco sobre seus personagens.

Alanis – Sylvia foi meu primeiro papel principal (no filme Radio Free Albemuth, ainda não lançado), é de um livro do Phillip K. Dick. Estou agradecida por não ser responsável por nenhum aspecto dela, para minha performance. Quando estou em turnê, eu tenho controle do que está acontecendo, mas quando é num filme, eu apenas apareço e atuo. O processo é muito prazeroso para mim. O outro filme ainda não está em produção. Quando chegar a hora, vou adorar fazer parte disso, mas... tem alguns outros filmes em vista, mas quando a turnê parar um pouco, vou adorar fazer parte disso.

DC – Seu primeiro disco foi sobre a ira adolescente. Quais sentimentos levam à sua música hoje? Outra pergunta: você escreveu Thank You. Depois de tantos anos, o que isso significa? Você ainda diz “Obrigada terror, obrigada desilusão”, etc.

Alanis – Autenticidade é meu maior motor, pelo qual continuo a escrever e servir. Se eu me entendo, posso estar apta a ajudar ou apoiar as pessoas a entender porque estamos aqui, porque continuar, sair do sofrimento. Enquanto escrevo sobre mim, estou me oferecendo publicamente para que as pessoas façam a sua parte. E depois, sobre Thank You... todas as experiências que tenho, e são milhares por dia, honestamente, me fazem ver as coisas ilusórias e a verdade do que eu realmente sou. Me permite dividir isso. Se eu não tivesse vivido essas circunstâncias, essa interação dramática com outras pessoas, eu jamais saberia. No momento, posso não ser tão agradecida, mas depois, sim.

DC – Depois de você, vieram outras cantoras adolescentes que fizeram sucesso como Avril Lavigne, por exemplo. O que você acha dessas garotas?

Alanis – Acho que houve um grande interesse no que eu escrevia, minhas emoções e autenticidade como mulher. Eu falava com a minha geração, faz sentido que depois as pessoas tenham percebido que poderiam escrever sobre o que sentem, sobre o que está havendo.

DC – Você acha que abriu portas para as pessoas se expressarem?

Alanis – Sim, foi o que disse, meus textos naquele tempo se mostraram lucrativos, em termos de negócios. As pessoas viram isso e perceberam que havia espaço para mulheres serem bem sucedidas. Pouco antes do meu primeiro disco, estavam querendo manter cantoras limitadas, mas depois o espaço das rádios foi aberto para as mulheres, por causa de Jagged Little Pill. Sim, abri portas, mas acredito que foi acontecendo naturalmente.
Fonte

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